domingo, 28 de fevereiro de 2021

+ PRAZO PARA SOLUÇÃO


 A pedido de várias "famílias", o prazo para envio das propostas de solução da prova n.º 1 do Torneio do Centenário do Sete de Espadas, é alargado até ao próximo dia 7 de Março.


Continuamos sob o signo do "7": 

Adiamos 7 dias, até dia 7!


Os detectives que já enviaram respostas, podem alterá-las, no mesmo prazo, devendo assinalar que é uma substituição.


lumagopessoa@gmail.com

Luís Pessoa, Estrada Militar, 23
2125-109 MARINHAIS



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

POLICIÁRIO DE 18 DE FEVEREIRO

 


 

TORNEIO DO CENTENÁRIO DO SETE DE ESPADAS



PROVA N.º 1-C

 

UMA DÚZIA DE QUALIDADE

 

Original de: Abrótea

 

O saudoso “Sete” no velhinho “M.A.” denominava os seus torneios como “Torneio Quatro Estações”, isto porque apresentava um problema de palavras cruzadas, um questionário como este, às vezes sobre B.D. um outro de cultura geral e um problema policial, não necessariamente por esta ordem.

Assim, aqui fica este teste de conhecimentos policiais...

 

 

1 – Português, viveu no bairro Alto, muito tempo, além de jornalista, escritor ele foi. Com o seu nome escreveu “O que diz Molero”, com o pseudónimo escreveu vários livros policiais, apenas quero os dois nomes...

 

2 – Inspector Lister, algumas “Cowboiadas”, muitas capas de revistas, livros esses nem falo. No policial algumas dezenas de livros, o seu nome real, e já agora o seu pseudónimo, usado nas antologias, e nos seus livros policiais...

 

3 – Nascido em 1929, na maior parte dos seus casos escolheu a cidade de Nova York para resolver os crimes... seu nome e pseudónimo.

 

4 – Escrito a duas mãos, publicado originalmente no Diário de Notícias sob a forma de cartas anónimas entre 24 de Julho e 27 de Setembro de 1870. Nome do livro que apenas saiu em 1884 (a primeira versão) e dos seus autores...

 

5 – Muitos dos seus livros exibem o título “um crime...”, “Crime...” ou “Morte...”. Jaime Ramos é o seu personagem preferido, como policial... de quem se trata o autor?

 

6 – O “SETE” antigamente costumava dizer, “os dedos das mãos não chegam para encontrar os bons autores policiais”. Pois eu encontrei mais de uma centena e, entre eles aqui está um ou dois em um. Ex-advogado, (expulso da ordem por descobrir muitos buracos na lei) com ambos os pseudónimos, escreveu dezenas de livros e com ambos criou uma dupla, na maioria dos livros o título começava por “O caso...” apenas quero os dois pseudónimos.

 

7 – Uma “tia” super simpática, mas muito, mesmo muito bisbilhoteira, livro e filme conjugam tudo... nem sempre veste de azul, mas fica-lhe bem. “O mistério...”, apenas aqui peço o resto do título, a autora e claro o nome da “TIA”.

 

8 – Gordo, imensamente gordo, cultivador de orquídeas, seu nome e o do seu ajudante?

 

9 – Sem saber que iria ganhar o primeiro prémio na antiga “Vampiro Magazine” junto com o manuscrito enviou uma carta escrita atabalhoadamente, não por ele, onde “assassinava” com “Um Transmontano”. Esse conto mais tarde deu origem a um romance publicado na velhinha colecção “XIS”. Quero saber quem é o autor, e o nome do (livro) conto...

 

10 – Mais um famoso, de Santo apenas o é de nome o de pau oco. Adora o seu carro, jóias e mulheres bonitas. Nome do autor por favor...

 

11 – Uma simples, dois primos, dois inspectores, “O mistério dos fósforos queimados” quase que iniciou a colecção “Vampiro”. Nome do autor e claro o inspector.

 

12 – E como o Inspector Fidalgo vem repetindo, um dos nossos poetas maiores, também se debruçou sobre o policial. De quem se trata, e qual o doutor?

 

 

 

E pronto.

Aqui fica a primeira prova do grupo C – Diversos, de autoria do confrade setubalense Abrótea, um nome bem conhecido no meio policiário e em outras modalidades de desporto intelectual, Palavras Cruzadas e Charadas.

Trata-se de um teste relativamente fácil e para o qual há vasta informação disponível, para ser respondido impreterivelmente até ao dia 28 de Fevereiro para lumagopessoa@gmail.com, ou em caso de opção pelo envio postal, Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS.

 

Boas soluções!

 

 

 O SETE DE ESPADAS EM 1952

 

Se o ano de 1952 marcou o início de uma nova etapa na vida do Sete de Espadas, com o projecto autónomo de lançamento de A Lente, cuja finalidade seria poder avançar nessa frente, aglutinando todos os cultores do policial, numa altura em que havia uma enorme procura, muito à boleia dos livros policiais da Colecção Vampiro, das Edições Livros do Brasil ou da Colecção Xis, da Editorial Minerva, que publicavam todos os bons romances policiais dos melhores autores, a realidade é que o Sete de Espadas não descurou as outras frentes.



Assim se entende que esteja no Cavaleiro Andante, uma revista de histórias aos quadradinhos de grande divulgação na época e que hoje ainda é considerada, pelos amantes da chamada nona arte, um marco importante, onde assina uma secção, “Página Dezassete”, sob o pseudónimo Misterioso CA.



De acordo com o que publicitava em sub-título, era uma “secção para toda a gente que se julgue inteligente”, onde havia testes e curiosidades, exercícios de lógica e pequenos problemas que os jovens leitores procuravam resolver, inteligentemente.

Mas, para um público mais adulto e interessado nestas coisas do policial, o Sete de Espadas surge como tal, nos livros policiais da Colecção Xis, numa secção cujo título “Em Fim de Livro”, revelava precisamente a sua localização e o efeito pretendido: depois de um bom romance policial, ali estava o espaço do Sete de Espadas, para exercitar a “massa cinzenta”.

Aparentemente sem grandes limitações de espaço, uma dificuldade que sempre foi recorrente em todas as secções policiais, porque publicar problemas ou contos o exigiam sobremaneira, o Sete de Espadas conseguiu desenvolver um trabalho importante e mobilizar muitos detectives que, indo à procura dos romances policiais, acabavam por se tornarem leitores assíduos da secção e seus concorrentes nos torneios.


Foram tempos áureos para o Sete de Espadas, que se prolongariam para os anos seguintes, quer na Colecção Xis, quer na revista Guião (1953); no Boletim XYZ (1954); ou no Clube de Literatura Policiária (1956), de que falaremos em breve.

 

SOB O SIGNO DO “SETE” - SETE PRÉMIOS

 

Terminamos hoje a publicação dos desafios da primeira prova do Torneio do Centenário do Sete de Espadas.

Cada prova será sempre composta por três desafios, um de cada um dos grupos: A, para os problemas tradicionais, em que os detectives terão de elaborar um relatório sobre as provas encontradas, deduções e conclusões a que chegam; B, para os problemas de escolha múltipla, em que tudo o que se pede é que os detectives escolham uma das hipóteses que são fornecidas; C, para outros problemas, de diversos tipos.

Em termos pontuais, os problemas do grupo A serão pontuados de 1 a 5 pontos, sendo 1 ponto atribuído à simples presença e 5 à resposta totalmente correcta. Haverá atribuição em cada prova de menções honrosas às melhores prestações, que poderão servir como factor de desempate; os problemas dos grupos B e C serão pontuados com 2 pontos em caso de resposta correcta e 1 ponto se incorrecta.

Como prémios, teremos sete para atribuir: o troféu Sete de Espadas para o vencedor do torneio; uma taça para o 2.º e 3.º classificados; uma taça para os autores do melhor problema de cada um dos grupos, por votação dos concorrentes; finalmente uma taça para distinguir um detective, em decifração ou produção, por escolha pessoal do coordenador da secção, pelas características do próprio ou da sua prestação global, pelo rigor ou originalidade.

 


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

POLICIÁRIO DE 11 DE FEVEREIRO

 


TORNEIO CENTENÁRIO DO SETE DE ESPADAS



PROVA N.º 1-B

 

MEMÓRIAS

Original de: PAULO

 

O Luís Grandão foi e é uma personagem digna de uma obra ficcionada. Do alto dos seus 83 anos vai debitando memórias, muitas delas com mais invenção do que realidade, que todos os familiares ouvem com atenção. Luís Grandão foi um jornalista que percorreu os mais notáveis jornais nacionais deixando a sua marca de escrita em milhares de folhas de papel. Tanta diversidade de locais percorridos e factos relatados poderiam levar a pensar que Luís Grandão não tinha necessidade de inventar acontecimentos para os relatar, mas inventava, o que fazia parte da figura que ele incarnava.

Na sua personagem existia também o poeta. Luís Grandão achava-se um vate excecional e por vezes incompreendido. Gostava de juntar palavras em algo que ele chamava versos que depois acumulava para fazer um poema. E os familiares lá iam sorrindo de modo condescendente à sua inspiração artística literária. Sempre o tinham feito, e muito mais o faziam agora por respeito pela idade de Luís Grandão.

Da sua personagem fazia ainda parte a roupa que vestia, que funcionava como um uniforme e que ele nunca abandonara desde antes dos 20 anos. Quem o visse na rua, ou em trabalho, sempre o encontrava com aqueles elementos de vestuário, e, mesmo em casa, muitas vezes se encontrava vestido desse modo. Não podiam falhar: o colete cinzento, a camisa branca, o laço preto e o chapéu de abas.

Nascido na primeira metade do século, sempre usara caneta de tinta permanente. Para ele as esferográficas eram “objetos diabólicos” que maculavam a beleza da caligrafia. E sem dúvida que a dele era muito bem desenhada naquelas tintas que o aparo fornecia. Ficava perfeita. Tinha uma vasta coleção de canetas, onde meticulosamente deitava a tinta, que depois usava na sua escrita. A profissão obrigara-o a usar a máquina de escrever, ainda tentaram apresentar-lhe o processador de texto do computador, mas, quando se encontrava livre do trabalho, era nas suas belas canetas que ele depositava as palavras e frases que com elas construía.

Era um ser de outros tempos, quase já nem se podia dizer do século XX, talvez da sua primeira metade. Um ser que se sentiria mais ambientado nas primeiras décadas desse século.

À sua volta sobrinhos e irmãos mais novos iam ouvindo mais uma história.

– No ano em que o Benfica ganhou ao Real Madrid na final, e foi campeão europeu, eu acompanhei a equipa para fazer a reportagem para o jornal. Foi um momento irrepetível, e ainda me vejo naquela bancada de imprensa a escrever as anotações que me viriam a permitir compor a crónica daquele jogo único.

E depois no avião a festa que foi, logo desde que descolámos, com os jogadores todos em euforia? Sabem que até houve um que me roubou o meu omnipresente chapéu? Passou por quase todas as cabeças até que eu o consegui recuperar com a ajuda de uma das hospedeiras da TAP. Mas eu, naquela festa toda, até não me irritei muito. Alinhei na brincadeira. Já na altura usava este vestuário, com o qual quero ser enterrado, e ficar sem o chapéu desfigurava-me, mas aquele momento era diferente.

Depois a viagem lá acalmou e eu pude voltar aos meus poemas, que na época começava a escrever. Peguei na caneta, numa folha de papel, e fui escrevendo. Só parei quando pela janela vi o Cristo-Rei e a ponte sobre o rio Tejo. Estávamos a chegar e eu tinha que estar preparado para relatar a saída dos jogadores do avião e a receção da população. Foi fantástico ver aquele povo todo em festa a gritar pelo Eusébio, pelo Coluna, pelo Águas e por tantos outros.

– Mas o tio foi mesmo ver esse jogo? – Questionou um dos sobrinhos para o provocar.

– Não duvidem!

Levantou-se, dirigiu-se a um móvel, abriu a uma gaveta e retirou uma folha amarelecida.

– Este é a folha que escrevi no avião com o poema. Vejam!

Na folha via-se a bela caligrafia a tinta permanente de Luís Grandão. Um conjunto de versos e, sob o derradeiro, a data: Maio de 1962.

Começou a ler o poema.

Voa o meu sonho

Condor de asas metálicas

No hálito do silêncio nublado

 

Poupo-vos ao poema de Luís Grandão, que continuou a sua leitura para toda a assistência, que já habituada, mal o ouvia.

Aqui acaba a narrativa acerca do Luís Grandão. Os seus ouvintes sabiam que aquela era uma história inventada, e, por isso, também se pergunta aos leitores, o que contém a narrativa que faz com que se saiba que esta história não pode ser verídica.

A – Não era possível viajar com aquela roupa no avião nem ao chegar a Lisboa podia ver paisagem descrita.

B – Não era possível escrever aquele poema no avião nem viajar neste com a roupa descrita.

C – Não podia regressar num avião da TAP e não era possível viajar com aquela roupa no avião.

D – Não era possível ver aquela paisagem de Lisboa à chegada nem ter escrito aquele poema no avião.

Pede-se ao leitor que escolha a hipótese que melhor justifica que a narrativa de Luís Grandão era falsa.

 

E pronto.

Estamos na posse do segundo problema do torneio que homenageia o Sete de Espadas, de autoria do confrade viseense Paulo, um dos melhores produtores policiários das novas gerações.

Por se tratar de um desafio de escolha múltipla, os detectives apenas terão de indicar qual a alínea que entendem correcta, impreterivelmente até ao dia 28 de Fevereiro, para lumagopessoa@gmail.com ou, optando pela via postal, Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS.

Boas deduções!


 DO “CAMARADA” À AVENTURA “A LENTE”

 


Depois do Jornal de Sintra, o Sete de Espadas prossegue a divulgação do Policiário em diversas publicações, de maior circulação, fazendo incursão em publicações dirigidas aos jovens, como é o caso, em 1948, do Camarada, uma revista da Mocidade Portuguesa em que as histórias aos quadradinhos marcavam posição.


Terá sido a primeira vez que se dirigiu a um público muito jovem, na secção “Mistério e Aventura” e demonstrou uma habilidade inata que o levou, anos mais tarde, ao Cavaleiro Andante, em 1952 e ao Mundo de Aventuras, em 1975. O Policiário, acreditava, encaixava perfeitamente no perfil dos leitores e consumidores de histórias aos quadradinhos e isso era confirmado pela enorme adesão verificada.



Foi nos anos 50 do século XX que o Sete de Espadas juntou à sua faceta de coordenador e seccionista policiário, a de director e proprietário de uma publicação, com uma experiência, não completamente bem-sucedida, em 1952, com “A Lente”, uma revista muito eclética, género magazine, uma fórmula que mais tarde repetiu com o “XYZ” e a “Glória”, onde cabia literatura, teatro, cinema, rádio e até automobilismo. Os passatempos tinham o seu lugar, Damas, Xadrez, Batalha Naval e também uma das suas marcas registadas, a Liga dos Amigos, neste caso de A Lente, mas que foi uma ideia que o acompanhou em todas as fases da sua vida policiária e que era o retrato daquilo que ele entendia dever ser o Policiário: Um ponto de encontro de Amigos!




 


POLICIÁRIO 59

 


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

POLICIÁRIO DE 4 DE FEVEREIRO

 



TORNEIO DO CENTENÁRIO DO SETE DE ESPADAS

 


PROVA N.º 1-A

 

SMALUCO E A FACA QUE MATA

                                    Original de: Inspetor Boavida

 

De novo só, desde que a mulher da sua vida o trocou por um bem apessoado inspetor da PJ, alto, moreno e de olhos verdes (“Smaluco - um detetive muito especial”, edições Chiado Boock, páginas 197 a 203), o velho detetive Smaluco voltou à vida boémia do passado. A noite passou a ser novamente o seu mundo, convivendo com todo o tipo de vagabundos, batoteiros e loucos. É respeitado e admirado por todos, o que lhe estimula o ego, mas falta-lhe o amor de Natália. A saudade que o vai “matando” aos poucos leva-o vezes amiúde ao teatro, onde ela foi grande, pelo menos aos seus olhos. E foi o que fez há cerca de um mês, quando soube da estreia da adaptação de uma conhecida obra de Shakespeare num improvisado palco montado na cave de um edifício de Lisboa.

Três conhecidos atores e um encenador no desemprego decidiram remontar a peça, sem cenários e com elenco reduzido porque o dinheiro para a produção era escasso. Os atores desdobravam-se em diversas personagens, enquanto o encenador acumulava o seu trabalho com as funções de contraregra e aderecista. Os seus nomes constavam da folha de sala e Smaluco lembrou-se de que eles estiveram em tenpos envolvidos num escândalo que mereceu destaque inusitado nos órgãos de comunicação social. Carlos A, Bruno B,  Júlio C e Casca D haviam sido conduzidos à justiça, sendo Júlio C acusado por dois dos seus colegas de ser um tipo desprezível. Mas o caso acabaria por dar em nada!

A certa altura do espetáculo, vestindo a pele dos seus personagens, Bruno conspirava contra Júlio, um dos seus melhores amigos, manipulado por Carlos, um homem ganancioso que conseguiu convencê-lo dos perigos da ambição daquele. Outros personagens foram também convencidos dos males que adviriam do que Júlio projetava fazer e manifestaram concordância com o seu assassinato. E eis que, no início do III ato, os conspiradores esfaquearam Júlio, e este, à beira da morte, recebeu um golpe final de Bruno. O sangue jorrava da ferida provocada por este golpe, com Júlio caído no chão, a gritar: “Também tu, também tu?” Alguma coisa terá corrido mal porque o encenador entrou subitamente em cena. O pano correu sobre o palco e as luzes da sala acenderam.

Depois de largos minutos de espera, o público saiu em debandada, protestando veementemente pela forma como decidiram acabar o espetáculo, truncando a peça e tornando-a quase ininteligível. Smaluco, como amante de teatro habituado às mais diversas adaptações de textos clássicos, percebeu logo que o final não seria este se não tivesse acontecido algo de imprevisto. E dirigiu-se aos bastidores. Quando lá chegou, Júlio era transportado numa maca para o exterior por pessoal do INEM e Casca, Bruno e Carlos discutiam a um canto do palco. Aproximou-se destes e ficou a saber que alguém tinha substituído a faca de lâmina falsa por uma verdadeira. E, ato contínuo, ofereceu os seus serviços, pedindo-lhes que lhe apresentassem o técnico responsável pelos adereços.

Casca, o encenador, que conhecia Smaluco de vista e sabia da sua atividade de detetive, esclareceu que era ele próprio que se encarregava dos adereços por não haver dinheiro para pagar a um técnico. Acrescentou que só ele tinha a chave do armazém de adereços e que fora o próprio quem entregara a faca a Bruno, convencido que se tratava da faca de lâmina falsa. Smaluco soube, porém, que Carlos havia estado no armazém de adereços, antes do espetáculo, alegadamente para fazer um telefonema. Entretanto, a PJ fez deslocar para o local o inspetor Mesquita, o tal que agora vive com a “sua” Natália, e Smaluco afastou-se de mansinho do local remoendo uma praga de insucesso ao seu rival.

Dias depois, Smaluco ficou a saber, através de um ex-colega, que, estranhamente, a faca que matou Júlio só continha impressões digitais de Bruno, que havia confirmado ter recebido a arma das mãos nuas de Casca, nos bastidores, entrando depois com ela em palco para a cena do esfaqueamento. Nos documentos de arquivo da produção da peça, soube-se o nome e morada da loja onde a faca fora comprada, tendo a funcionária que efetuou a venda afirmado, em processo de reconhecimento presencial conjunto, que tinha a absoluta certeza de que a pessoa que comprou a única faca do género que vendera na data em que a fatura foi emitida, véspera do dia do incidente, não foi Bruno nem Casca.

            Na manhã do dia de hoje o caso é notícia de primeira página em todos os jornais de âmbito nacional, onde se pode ler que, “(...) após um mês de investigações, e depois de lhe ter sido decretada a prisão preventiva, o encenador Casca D foi formalmente acusado de tentativa de homicídio do ator Júlio C, durante a representação da peça (...)”. No matutino que Smaluco tem em mãos, o jornalista que assina a peça tece os mais rasgados elogios ao inspetor Mesquita, relevando as suas extraordinárias capacidades de raciocínio e de dedução, considerando-o como o “artificie da descoberta da verdade”.

Smaluco é acometido subitamente de um ataque de fúria. Amarfanha o jornal com raiva e deposita-o no lixo, enquanto pronuncia um palavrão irreproduzível nestas páginas. Ele quer tanto que o seu rival fique mal aos olhos da “sua” Natália, que teima em não acreditar que o caso foi bem resolvido. Para dissipar todas as dúvidas, solicitamos a ajuda do leitor: Por favor, esclareça-nos sobre o que terá acontecido de facto e, já agora, diga-nos qual era a peça de Shakespeare que estava em cena na noite do triste acontecimento.

 


BEM VINDOS À COMPETIÇÃO!

 

Finalmente, dirão alguns dos nossos detectives mais impacientes, iniciamos hoje aquele que vai ser o “cimento” de todo este ano, o Torneio do Centenário do Nascimento do Sete de Espadas!

Em homenagem ao maior divulgador e cultor deste nosso Policiário, que nasceu na vila ribatejana da Chamusca no dia 1 de Fevereiro de 1921, completando há poucos dias o I centenário, a prova vai constar de muitos desafios à capacidade dos detectives e mostrar uma exigência que tem de estar sempre presente quando está em causa uma investigação que pode ser a chave para a condenação ou ilibação de uma pessoa suspeita.

O problema de hoje é de autoria de um dos melhores produtores actuais, o Inspetor Boavida e traz-nos o seu detective mais famoso, o Smaluco, num caso a exigir alguma procura de informação e muita atenção aos pormenores do texto e à cena em que se desenrola o crime.

O problema é um pouco longo, mas acaba por ser adequado à época em que vivemos mais confinados ao nosso espaço caseiro e com mais tempo para leituras e interpretações, mas não obriga a grandes conhecimentos técnicos, como convém num início de torneio.

As propostas de solução deverão ser enviadas, impreterivelmente, até ao dia 28 do corrente mês de Fevereiro para lumagopessoa@gmail.com ou, optando pela via postal, Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS.

Boas deduções!

 


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

POLICIÁRIO 57

 


POLICIÁRIO DE 28 DE JANEIRO

 

TORNEIO DO CENTENÁRIO DO SETE DE ESPADAS

Estamos a um curto passo do regresso à competição, o que vai acontecer já na próxima semana!

Os detectives nunca se sentem confortáveis sem a adrenalina dos desafios por resolver e esta ano ainda com o aliciante de homenagear o Sete de Espadas no centenário do seu nascimento.

Já na próxima semana estará aqui o primeiro desafio para resolver, do Torneio do Centenário do Sete de Espadas, um problema de características tradicionais, ou seja, a exigir um relatório com as deduções efectuadas e as conclusões retiradas.

E como aperitivo e aquecimento das “células cinzentas”, vamos publicar um desafio, passado algures, no local onde se reúnem policiaristas já desaparecidos do nosso convívio e em que o Sete, lá como sempre fez aqui, não falha uma presença!

 

QUATRO AMIGOS

 

Os quatro amigos estavam reunidos à mesa, algures num local estranho, que não conseguimos identificar. Com maior pormenor, a neblina começou a dissipar-se e as feições de cada um mostraram-se bem nítidas, permitindo o seu reconhecimento:

Um era o inevitável Sete de Espadas, com a sua cabeleira rala, muito branca, olhos vivos, sorriso franco; à sua frente, estava o Dic Roland, detective de vastos recursos, que chegou a ser chefe da polícia na Índia e que percorria o país em todos os eventos policiários, como sempre fizera o Sete de Espadas; à direita, sentava-se o KO, um professor de grande mérito que um dia descobriu que era exímio decifrador de enigmas policiais e ganhou enorme fama no meio; à esquerda sentava-se o restante amigo, o Rip Kirby, outro brilhante detective que seguia todas as movimentações policiais, escrevendo e resolvendo enigmas, com um gosto especial pelas classificações...

Aos quatro podiam chamar-se os “três mosqueteiros”, que como é sabido eram quatro, ou como alguém sugeriu, o “bando dos quatro”!

Na verdade, cada qual à sua maneira, eram mestres venerados e ainda hoje muito amados e respeitados no mundo do Policiário e que se reuniam no primeiro dia do mês de Julho para comemorar mais um aniversário do Policiário no PÚBLICO, agora que estavam impedidos de o fazer pessoalmente. O convite não era só para eles, podiam comparecer todos os confrades que devido à passagem para este novo lado, quisessem confraternizar e certamente que ainda iam aparecer mais, mas a esta hora, eram só aqueles quatro.

No do ano anterior, foram dezenas os presentes e ali, ao contrário deste lado, ninguém falta! São solidários e firmes nas suas convicções e têm a certeza que, ano após ano, mais irão chegando, porque isso é uma inevitabilidade.

De história em história, chegaram ao momento em que o Rip Kirby, entre sorrisos, lançou a “farpa” aos restantes, lembrando o acontecido na reunião do ano anterior, quando estes mesmos quatro chegaram ao final do encontro e foram fazer as contas para pagarem a despesa…

– Lembram-se em nome de quem foi pedida a factura? Lembram-se?

– Lembro-me que o número do contribuinte correspondia ao nome, letra a letra, número a número! – recordou o Sete de Espadas.

– Ó Rip Kirby, está a lançar confusão! – referiu Dic Roland com sorriso malandro.

– Pois é verdade e agora acrescento eu, o número foi o 143792651. – aí estava o KO a pôr em jogo os seus dotes matemáticos.

Naquele fim de tarde, soaram gargalhadas que ecoaram e se prolongaram por muito tempo, numa demonstração de que a camaradagem e amizade são mesmo eternas. No ar ficou a pergunta para ser devidamente justificada:

De quem era o número de contribuinte que ficou na factura?

 

SOLUÇÃO:

Como é referido no texto, o número do contribuinte é relacionado com o nome com que cada um dos confrades envolvidos é conhecido. Os confrades são portugueses e por isso teremos de considerar que é de um número de contribuinte nacional, individual, que falamos e por isso composto por nove algarismos e começado por 1 ou 2.

Olhando para os nomes/pseudónimos, verificamos que só o confrade DIC ROLAND tem precisamente 9 letras e apenas ele tem a mesma letra no início e no fim, pelo que o seu número de contribuinte teria de começar e encerrar com o mesmo algarismo, pelo que encaixa perfeitamente no número, perfeitamente fictício, que consta do problema.

TRÊS ARMAS DISPARARAM…

Solução de: Sete de Espadas

 


Sendo fraco desenhador, só vos posso oferecer o seguinte esquema, que no entanto tem o essencial.

Sabendo que todas as armas dispararam e que todos os carros mostram vestígios de balas, vamos em primeiro lugar, dispô-los, tal como se deveriam encontrar, no momento do crime

Assim, respondemos à vossa pergunta.

 

Posto isto, tracemos as trajectórias.

 

- Já estão!

- E agora, expliquemos a intenção de «cada um dos possíveis criminosos».

1.º - Rouhen – recebeu um telefonema anónimo dizendo-lhe que a «sua dama» saía da «Taverna Negra», com Phillip, a caminho de Bordeaux. Louco de ciúmes – desprezando os bons avisos que já por mais de uma vez lhe tinham enviado, mostrando as intenções daquela «bela espia» - ruma para a «Taverna Negra», e arma a cena da curva – sabendo de antemão que Phillip, sempre solícito, sairia do seu lugar para prestar auxílio. O momento fora bem escolhido para se desfazer dele... Com a espera, o fresco da noite e a trovoada, influíram no seu espírito. A vontade amoleceu e um outro sentimento tomou vulto… e ele ficou, sim, mas com um objectivo bem diferente… De facto não havia dúvida. Agora, friamente, reconheceu o interesse de Divonne, acerca dos seus planos – como eram, como não eram, como tinham decorrido as experiências, e por brincadeira se eles estavam no cofre do seu escritório… Como fora louco em acreditar que era amor, aquele sentimento…

 

E quando o tiro partiu, destinava-se à loira do Embaixador…

2.º - O Embaixador; - por sua vez, sabendo do encontro da sua mulher com o romancista, resolveu segui-los, para «saber certas coisas…» Quase ao chegar à curva, o carro da frente parou. Ele, que trazia os faróis apagados, aproximou-se… e sem o esperar, deparou-se-lhe uma oportunidade única. Um tiro, e depois ver-se-ia…

- Errou o coração, passando centímetros à esquerda, a raspar no braço e enfiando a bala no banco de trás do carro de Rouhen – a inclinação da perfuração e do impacto, só pode ter sido a bala da sua arma.

- Julgou ouvir mais tiros e resolveu-se a acender os faróis do seu carro… Phillip estava estendido de bruços, mas o carro da frente fugia – estava salva a honra…

 

3.º - Divonne: - Vamos cá perceber a mentalidade das mulheres! – Já desesperada com aquele flirt – e que tudo arriscava e nada ganhava – resolve ficar com o tempo livre para se dedicar a Rouhen e aos seus planos… Por outro lado começava a ter medo do escritor, que tinha descoberto «muitas coisas» com o seu espírito observador…

Debruça-se na porta, cujo vidro desceu e, friamente, ao ruído da tempestade, dispara sobre ele, matando-o à traição. Provocando esta morte, salva-se… Porque foi também nesse momento que Rouhen disparou a sua arma, cuja bala penetrou pelo pára-brisas a 38 cm da porta e saiu pelo espaço onde devia estar o vidro que foi baixado – e a raspar a loura cabeleira de Divonne…

Quanto aos outros furos no pára-brisas dos carros de Rouhen e do embaixador, está provado que estes não se afligiam com isso – o essencial, era disparar no momento oportuno…  

 



quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

POLICIÁRIO DE 21 DE JANEIRO

 


TRÊS ARMAS DISPARARAM…

Autor: Sete de Espadas

 

Dois vultos recostavam-se no alpendre da característica «TAVERNA NEGRA», agora fortemente iluminado. Ela, esplêndida de beleza e juventude, cabelos louros soltos ao vento, sorria maliciosamente. Ele, de porte correcto, olhava-a num misto de carinho e admiração.

Diziam as más línguas, que Divonne, a linda esposa do Embaixador da Sinésia, mantinha um romance de amor com o jovem escritor Phillip Carr – cujos romances eram disputados por multidões.

Para lá do alpendre, na fita negra da estrada, fortemente batida pelo vento e pelos aguaceiros daquela extemporânea trovoada dos fins de Agosto, esperava-os o potente e bem delineado «torpedo» do escritor.

 

Minutos antes, lançado como um bólide pela estrada que sai de Bordeaux  e passa junto à «TAVERNA NEGRA», indiferente à intempérie, seguia um potente carro negro e nele, de sobrecenho carregado, maxilas cerradas e mãos enclavinhadas no volante, o conhecido e distinto capitão-tenente Gilbert Rouhen, a quem o país devia o estranho invento do «submarino aquático-terrestre…». E Gilbert, pensava naquele estranho telefonema… E diziam também as más línguas, que Gilbert, odiava, com um ódio de morte, o romancista Phillip Carr… As altas esferas, por sua vez, temiam o evidente contacto que existia entre Rouhen e essa sereia estonteante e perturbadora, que era a esposa do Embaixador estrangeiro…

 

Quando a noite já há muito tinha caído e com ela a enervante tempestade de Verão, um carro escuro seguia a pouca velocidade, pelo desvio da estrada que a poucas centenas de metros cruza com a estrada de Bordeaux, para além da «TAVERNA NEGRA»… Ao volante desse carro, preocupado com estranhos pensamentos, o Embaixador de uma potência estrangeira – que é, às vezes, um espião autorizado…

 

A poucos quilómetros da «TAVERNA NEGRA» e a caminho de Bordeaux, numa curva caprichosa da estrada, Phillip nota com assombro que à sua frente está parado um carro, ligeiramente atravessado na estrada, a meio da curva, e com os farolins apagados. Solícito, Phillip pára o seu carro, sai e avança pela estrada para prestar auxílio…

De repente, numa sucessão estranha e terrível, os relâmpagos aliam-se a fortes trovões; os raios descem para a terra em zigue-zagues estonteantes, como se tudo aquilo estivesse possuído de terrível magia e fosse uma horripilante visão do inferno… 

Depois silêncio… um silêncio que fazia calafrios, no intervalo duma tempestade de verão – presságio de morte, cortado violentamente pelo escape aberto dum carro que se afasta a toda a velocidade, a caminho de Bordeaux, farolins apagados…            

Na fita negra da estrada – agora iluminada pelos faróis de dois carros… - estendido de bruços, o corpo do romancista Phillip Carr…

 

À volta deste complicado caso, todos os «repórteres do crime» especularam aos seus jornais, com títulos a toda a largura das páginas.

Um dizia: «Uma bala perdida no interior dum carro?», referindo-se ao carro de Phillip, que no lado direito do pára-brisas tinha um furo de bala, a 38cm da porta, cujo vidro estava descido. Por mais que se procurasse no interior do carro, não foram encontrados vestígios de penetração ou impacto.

Um outro, em três edições sucessivas, dizia: «Três armas, cujas linhas de fogo interceptavam o mesmo alvo…»; «Fogo cruzado… numa curva!»; «Três conhecidas personagens, fazem fogo «sincronizado» com a tempestade…!» Transcrevia as declarações de todos eles, onde cada um afirmava que disparara a sua arma, nada mais acrescentando quanto à direcção do tiro.

Um terceiro, talvez humorista, dizia: «Um carro com dois orifícios feitos por balas… mas só uma aparece». Este repórter, seguindo a pista do carro fugitivo, veio a fornecer valiosos elementos para o processo, porquanto, foi ele que descobriu o carro de Rouhen e verificou um furo de bala no vidro da porta do lado esquerdo, junto ao volante e no banco de trás, a penetração de uma bala, junto ao suporte do braço do lado esquerdo, a qual se foi alojar do lado oposto, junto à extremidade do outro suporte. 

O quarto, fazia a seguinte pergunta: «De onde partiu o tiro que vitimou Phillip Carr?» Depois espraiava-se em comentários acompanhados por um grande «croquis» de curva, com três carros, o corpo do romancista e as possíveis trajectórias das balas – uma das quais também tinha atravessado o pára-brisas do carro do Embaixador – assegurando com toda a convicção que sabia, como e para quem tinham atirado cada um dos suspeitos – deixando antever nas entrelinhas, a posição da arma assassina. 

 

Do relatório de um perito, constava o seguinte:

- A vítima foi atingida por duas balas, uma das quais provocou morte imediata, atravessando-lhe o cérebro e a outra raspou transversalmente o braço esquerdo, passando entre este e o corpo a 5cm acima do cotovelo, fazendo dois furos no casaco e um esgaçamento no tecido da camisa.

 

Por mim, resta-me dizer-lhes meus caros Colegas, que o nosso conhecido «detective particular» Alexis Smith, de passagem por França, escrevia numa das suas cartas: - «Com os dados que te envio – eu juro que os transcrevi todos – poderás fazer uma solução absolutamente correcta e responderes com segurança às seguintes perguntas» - que eu também transcrevo na íntegra:

 

1.ª – RECONSTITUE A CENA DO CRIME.

2.ª – INDICA-ME A TRAJECTÓRIA DAS BALAS E QUAL O OBJECTIVO DE CADA UM DOS QUE DISPAROU.

3.ª – FINALMENTE, INDICA-ME O CRIMINOSO.

(Solução na próxima semana)


1948 - SETE DE ESPADAS NA REVISTA “ALTURA”

 



Em Setembro de 1948, publicava-se no Porto mais um número da revista ALTURA, que falava de um “Concurso do Problema Policial”, nestes termos:

“Da autoria do concorrente SETE DE ESPADAS, publicamos a seguir o 3.º Problema deste Concurso. Dada a complexidade dos “pontos de vista” dos nossos prezados detectives concorrentes, dada a “pormenorização” de detalhes que muitas soluções apresentam, algumas das quais, diga-se com justiça, merecem atenção especial pela maneira como são expostas, vemo-nos forçados a modificar um pouco o critério de classificação – para não cometer injustiças, dando o mesmo valor a uma dedução excepcional que se dá a uma solução correcta, ou não dando nenhum a uma solução incompleta, mas inteligente na parte resolvida. Assim, achamos melhor passar a guiar-nos por um critério mais livre, que, embora partindo do valor 1 ponto para a solução correcta, seja suficientemente “elástica” para dar ½ ponto aos que satisfaçam em parte e 1 ½  até 2 aos que ultrapassem a craveira média.”

 


A explicação para esta mudança vem depois, num quadro dos concorrentes classificados na solução de outro problema, em que aparecem com 2 pontos, por conseguinte com uma solução excepcional, apenas cinco detectives: SETE DE ESPADAS – Agualva; Raon – Seia; K120 – Oliveira do Douro; Francisco Elvas Duarte – Lisboa e Repórter Mistério – Évora.

 


Para além de produtor de problemas policiais de mérito reconhecido, como fica bem vincado no problema de sua autoria que hoje publicamos e que saíu neste número da ALTURA, o SETE DE ESPADAS era, já nesse tempo, um magnífico decifrador.