sábado, 31 de outubro de 2020

PROVA N.º 9 - PRAZO PARA RESPOSTA TERMINA HOJE!

 


Pois é, o prazo é até às 24 horas de hoje!



Quase a terminar o Torneio Sábado Policiário 2020, não é altura para interromper a participação!


Soluções para:


lumagopessoa@gmail.com

ou


Luís Pessoa, Estrada Militar, 23
2125-109 MARINHAIS

E

Muita atenção ao que se vai seguir, em 2021:

TORNEIO DO CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DO SETE DE ESPADAS!



Vamos manter o contacto...




quarta-feira, 14 de outubro de 2020

AMANHÃ HÁ PONTUAÇÕES!


 Os pontos obtidos na prova n.º 8 do 

TORNEIO SÁBADO POLICIÁRIO 2020 

vão estar disponíveis amanhã, 

AQUI!



sexta-feira, 9 de outubro de 2020

PROVA N.º 9 - PARTE II


 

 

TORNEIO SÁBADO POLICIÁRIO 2020

PROVA N.º 9 – PARTE II

 


O INSPECTOR FIDALGO E O IATE MISTERIOSO

 

 

Há muitos meses que o Alberto estava debaixo de olho.

A polícia tinha informações bastante seguras de que se tratava de um mediano passador de drogas, actuando numa zona de difícil controlo, por ser muito visitada por nacionais e estrangeiros.

Com uma vigilância à distância, tão discreta quanto possível, a polícia foi reunindo informações e indícios dos movimentos daquele pescador amador, que todos os dias se sentava no mesmo local, preparava as canas, o isco e por ali ficava horas e horas, numa pachorrenta sonolência.

Os agentes estavam a desesperar, dias e dias naquela monotonia, a olhar para um homem que parecia incapaz de fazer mal a uma mosca, fazendo contagem das vezes que lançava o isco, das vezes que retirava alguma coisa, inventando jogos para se manterem minimamente atentos. Mas o que acontecia era que a paciência se estava a esgotar e os agentes destacados andavam à beira de um ataque de nervos.

Mas naquele dia, tudo se alterou.

O Alberto estava sentado no seu lugar de estimação, junto da Torre Vasco da Gama, olhando na direcção da ponte com o mesmo nome, seguindo as movimentações de três pessoas que percorriam um iate de boas dimensões, ali ancorado. À primeira vista, nada que despertasse suspeitas aos agentes, mas depois, um deles, colocado a jusante, fazendo, também, de pescador, notou que havia uma espécie de sinalética, um levantar e sentar, aparentemente sem sentido. Logo transmitiu a informação ao outro agente, situado mais para o interior e a uma distância mais reduzida do Alberto.

O dia estava belíssimo, não havia rasto de nuvens nem de vento, o chamado dia perfeito para um bom passeio à beira-rio, seguindo o mergulho das aves e a discreta ondulação que ia levantando uma leve espuma, rio acima.

As movimentações das pessoas no iate começaram a indiciar que este se aprestava para levantar âncora e avançar em direcção à foz do rio. Em poucos segundos apareceu uma espuma branca e o iate avançou, ligeiro.

O agente-pescador largou a cana, erguendo-se para ter uma melhor visão à passagem da embarcação, procurando reunir o máximo de informação. Foi nesse momento, ao aproximar-se mais da água, que viu dois embrulhos, flutuando na sua frente. Desceu, lesto, e apanhou-os. Não era preciso grande esforço para deduzir que se tratava de tabletes de droga, como já vira inúmeras vezes e que estavam dentro de água há poucos minutos.

Já de posse das embalagens, ergueu os olhos e cruzou o olhar com as três personagens que passavam precisamente à sua frente. Ficou sem saber se o olhavam surpreendidos por o verem dentro da água ou por ele ter detectado algo que lhes era dirigido ou que acabaram de largar para outras mãos…

Rapidamente dirigiu o olhar mais para cima, a tempo de ver que o Alberto se aprestava para largar o seu poiso e sinalizou esse facto ao colega, que no entanto já estava bem próximo de Alberto e em posição para a sua detenção.

O iate foi intersectado mais adiante, já depois de passar por baixo da Ponte 25 de Abril e a sua vistoria, de alto a baixo, não deu em nada, se bem que um dos seus tripulantes já tivesse uma longa história de tráfico.

Nos interrogatórios que se seguiram, o Alberto reafirmava a sua inocência:

– Olhe, senhor agente, eu sou um cidadão como outro qualquer, que apenas quer pescar. Sou pescador, vou para ali todos os dias, na maior parte das vezes nem apanho nada, mas passo o meu tempo…

– Você está bem conotado com o tráfico de drogas, meu caro. Sabemos que há muito tempo que lhe passam pelas mãos doses importantes de drogas e dinheiros. Temos muitas informações, está tramado. Faltava-nos o flagrante delito e ele aqui está. Se quer um conselho, é melhor confessar já!

– O senhor agente está equivocado. Eu não tenho nada que ver com isto de que me acusa. Estava a pescar, mais nada. Todos os dias vou para aquele lugar e não sei de mais nada.

– E o iate? Apanhámo-lo à saída do Tejo. Já sabemos tudo, é melhor que confesse já e nos poupe a todos o trabalho de ter de retirar coisas que já todos sabemos, não é verdade?

– Não posso confessar uma coisa que não é verdade e não fiz…

O inspector Fidalgo que assistiu ao interrogatório num canto escondido fez a retrospectiva da acção, verificando minuto a minuto, segundo a segundo, toda a cena. E concluíu:

 

A – O Alberto pode estar envolvido e era o destinatário da droga enviada pelo iate;

B – Embora seja o destinatário da droga enviada pelo iate, Alberto não pode ser incriminado porque não há provas contra ele;

C – O Alberto pode estar envolvido naquele caso de droga, mas ela não veio do iate;

D – O Alberto não pode estar envolvido naquele caso de droga, nem a droga veio do iate.

 

 

E pronto.

Já de posse de todos os dados do problema, é chegado o momento dos detectives serem chamados a ajudar o Inspector Fidalgo neste caso, impreterivelmente até ao dia 31 de Outubro, bastando indicar a letra que antecede a resposta escolhida, por e-mail para lumagopessoa@gmail.com ou, optando pela via postal, Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS.

Boas deduções!

 


PROVA N.º 9 - PARTE I

 


TORNEIO SÁBADO POLICIÁRIO 2020

PROVA N.º 9 – PARTE I

 

O INSP. FIDALGO E A MORTE DO VELHO MILITAR

 

Havia dois dias que a chuva caía, impiedosa.

O Inspector Fidalgo parou à porta da casa, respirou fundo e entrou, sendo recebido pelo porteiro, que o conduziu ao segundo andar, frente a uma secretária pesada e escura, atrás da qual se sentava um tipo muito magro, quase enfezado, visivelmente assustado.

Contou: Senhor Inspector, juro-lhe que não tenho nada que ver com o que se passou, juro! Como sempre, vim no combóio que chega às 8h45, entrei a porta do prédio e cumprimentei o senhor Ataíde às 8h55, para estar aqui, no meu posto, às 9h00 certinhas, pronto para servir o senhor Coronel que, desde que ficou completamente paralisado de um dos lados, dependia mais de mim, para lhe levar coisas, para lhe chegar as bengalas, essas coisas. Eram precisamente 9h10 quando ouvi um estrondo, parecido com um tiro, vindo dali – apontou para o corredor à esquerda da secretária, para onde abriam duas portas, situadas lado a lado –, levantei-me e acorri à porta – apontou a mais próxima – e bati repetidamente, chamando pelo Coronel, mas não obtive resposta. Resolvi abrir a porta, que sempre conheci aberta, mas desta vez estava fechada à chave. Pelo telefone chamei o senhor Ataíde, que veio de imediato. Também ele bateu à porta e chamou, mas, para minha surpresa, a porta que se abriu foi a outra – e apontou para a mais distante – e de lá saiu o irmão do Coronel, que eu nem sabia que cá estava, nem o senhor Ataíde, que também ficou surpreso. Perguntou que barulho era aquele e dissemos-lhe que o seu irmão não respondia, ao que ele ordenou rispidamente para abrirmos a porta. E precipitou-se para ela, rodando a maçaneta. Claro que não conseguiu. Foi então que nos ordenou que deitássemos a porta abaixo, já que não havia outra entrada, nem meio de entrarmos, mas mesmo nós os três não conseguimos derrubá-la, porque é fortíssima. Foi então que ele se lembrou que talvez a chave do quarto dele abrisse esta porta e foi buscá-la. Abriu mesmo e foi então que entrámos… No ar havia um ligeiro odor a rosas, do unguento que o Coronel aplicava no braço paralisado… Um horror, tudo o que vimos… O senhor Inspector entre, que está lá dentro um colega seu...

O agente Moreira disse ao Inspector que tudo estava exactamente como encontraram ao chegar.

O quarto era grande, mas escuro e soturno, formando um quadrado. Na parede oposta à da porta, havia duas janelas grandes, onde a chuva batia com ruído, que nunca eram abertas enquanto o Coronel lá estivesse. Delas avistava-se o jardim, bem tratado.

À esquerda de quem entrava no quarto, ficava a cama e do lado direito, uma secretária, encimada por prateleiras onde se viam alguns livros e colecções, com relevo para uma – a sua preferida, veio a saber, que manuseava todos os dias, admirando cada traço –, de canecas em porcelana, todas rigorosamente alinhadas, com as pegas a apontar para a janela, como um exército, mas com uma particularidade: os motivos, pintados à mão e retratando cenas de obras de Sherlock Holmes, estavam virados para a parede, como se o Coronel não quisesse que ninguém desfrutasse de tal beleza.

O corpo enorme do Coronel estava no chão, com a face do lado direito danificada pela violência do disparo e das queimaduras e a face esquerda ainda mais esfacelada. A arma usada era de grande calibre, certamente a pistola 9mm que estava agarrada na mão da vítima.

Em redor do corpo, nada de especial foi encontrado pela brigada de investigação, nem pelo Inspector Fidalgo. Todo o perímetro do quarto foi convenientemente esquadrinhado, mas tudo parecia estar no devido lugar, excepção para o corpo do Coronel.

O quarto do irmão da vítima era perfeitamente igual ao do Coronel e funcionava um pouco como arrecadação, já que era raro ele parar por lá. Havia muitas armas de guerra, certamente recordações de tempos idos, de diversos calibres e em perfeito estado de funcionamento. Junto às janelas, o Inspector Fidalgo notou que o chão estava encharcado pela água que entrava copiosamente. O irmão do coronel desculpou-se com a claustrofobia de que padece. Mais declarou que chegou nessa mesma noite e que se adivinhasse que o irmão queria pôr termo à vida, nunca teria vindo…

O Inspector Fidalgo já tinha algumas certezas e algumas suspeitas, mas ainda havia muitos pontos obscuros que a primeira investigação dos seus colegas não esclareceu. Era sempre a mesma coisa, quando o trabalho apertava, havia uma tendência para assumir as aparências como se fossem evidências…

 

 

E pronto.

Agora é a vez dos detectives liderarem a investigação e retirarem as suas conclusões, impreterivelmente até ao próximo dia 31 de Outubro, enviando-as para lumagopessoa@gmail.com ou, optando pela via postal, Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS.

Boas deduções!