domingo, 31 de outubro de 2021

SOLUÇÃO DO PROBLEMA "AS TRÊS CHAVES"

 

Por erro exclusivo da nossa parte, a solução do enigma proposto pelo confrade O Gráfico, “As Três Chaves”, não foi publicada na íntegra, causando alguma polémica entre os detectives, porque havia questões que, sendo colocadas, não se encontravam respondidas.

Nesse sentido e com o pedido de desculpas ao autor e a todos os leitores e detectives, vamos aqui publicar a solução integral que O Gráfico deu ao seu problema e que será republicada na SÁBADO no dia 11 de Novembro:

 

“Ora, se o Francisco, desta vez, se tinha decidido a encontrar, pessoalmente, os donos das Chaves e se à terceira tentativa, como uma delas, descobriu logo o prédio onde elas pertenciam, utilizando a chave média, entrou no edifício e fechou a porta…, certamente que o próximo procedimento, a realizar, seria pegar na chave pequena (de receptáculo, vulgarmente de correio!) e experimentá-la nas caixinhas do correio! E aí… onde a chave servisse… já saberia onde morava o dono das Chaves porque as caixas do correio estão identificadas com o andar respectivo!

…Seguidamente o Francisco começou a experimentar as caixas do correio (receptáculo) dos Condóminos, com a chave mais pequenina! A chave serviu em determinado andar que, como exemplo…, pode ser um 2.º Andar, esquerdo, pois como é normal, os andares dos Moradores estão identificados nas Caixinhas do Correio! Desta maneira inteligente… descobriu que o dono ou dona das chaves residia naquele edifício e morava em tal andar! Subiu as escadas… tocou à Campainha do respectivo lar… e ninguém respondeu! Provavelmente… não estava ninguém em casa!! Esperou uns minutos, no átrio, e… por coincidência… um casal, Homem e Companheira que chegaram depois…, eram os proprietários da casa e as chaves pertenciam-lhes! Seriam de um deles… O Francisco, desta vez, foi abraçado e elogiado pelo Casal! Quando chegou à sua casa, o Francisco, contou a aventura e como agiu… aos seus Pais! De tanto contentamento vieram-lhe as lágrimas aos olhos…

“-Olha… tenho aqui mais uma história, do futuro, que escrevi há poucos dias, que se passa no ano de 1998, no Feijó, uma localidade do Concelho de Almada onde tu, se lá chegares…, e é provável que sim…, estarás!”

 

…Se a história se passou em 1998, antes da chegada do €URO… então não seria possível a carteira ter 20€ e sim… ESCUDOS!”

 

domingo, 24 de outubro de 2021

CONCURSO DE CONTOS SOBRE ARISTIDES DE SOUSA MENDES

 

CONCURSO DE CONTOS DA T.L. – 2009

 

(MENÇÃO HONROSA)

  

PRATELEIRA 13

  

"Em todos os lugares da vida (...) eu fui sempre, para todos, um intruso."

                                                                                        Fernando Pessoa

 

A estrada inclinava-se ligeiramente para a esquerda, deixando antever uma povoação de aspecto curioso e nome sugestivo: Cabanas de Viriato.

O viandante mais alto proferiu algumas palavras numa língua estranha, que naquela altura não foi entendível, recebendo em troca um acenar afirmativo do mais baixote e um abanar de cauda do pequeno cão que os acompanhava.

Se fosse possível uma tradução, talvez pudéssemos entender que a fala mais natural seria um “finalmente chegámos!”.

 

Por sinais e gestos tentavam comunicar, ao mesmo tempo que referiam uma palavra, de todos, conhecida: Viriato!

- Sim, claro, Cabanas de Viriato!

- “Non, non”, Viriato! – Repetia o mais baixote, com voz rouca.

- Gaita para estes! – Desabafou o interpelado – Sim, estão em Cabanas de Viriato! Sim! – Gesticulava afirmativamente com a cabeça, apontando com ambas as mãos para o chão.

- Ó Toino, vai chamar o regedor para ver se ele os entende…

- Estes falam esquisito, é melhor mandá-los ao senhor doutor, ele andou lá pelas estranjas…

Conduzidos por um grupo cada vez maior, foram levados até um palácio enorme, a cuja porta um dos acompanhantes bateu, para depois manter um curto diálogo com uma figura impecavelmente vestida, de rosto calmo, embora triste, que mandou entrar os estrangeiros, para uma sala ampla que já vira melhores dias.

- “Monsieur” Viriato?

- Ah! Falais francês? Pelo menos, uma espécie de francês!

 

Durante algum tempo, aquelas três figuras, conversaram e desconversaram, selaram uma certa forma de amizade, que traduzida para português seria aproximadamente assim:

- Senhor Viriato?

- Não, não. O meu nome é Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches.

- Mas nós procuramos um grande herói daqui, Viriato. Esta terra não é Cabanas de Viriato?

- Sim, Cabanas de Viriato!

- Bem, esta casa não é bem uma cabana e algumas outras que já vimos, também não, mas ele tem que viver em algum lugar, não?

- Viriato? A tradição diz-nos que Viriato nasceu aqui, mas ninguém o pode afirmar com certeza…

- Nós andamos á sua procura, sabemos que ele é perseguido por defender as suas terras e as suas ideias, tal como nós…

- E como eu, no que respeita às ideias… Acabei aqui depois de ser demitido por agir de acordo com a minha consciência.

- E o que fazia?

- Era cônsul, uma espécie de representante, numa cidade do vosso país…

- Da Gália?

- Gália?!... Bem, já foi, agora é França. Na cidade de Bordéus.

- Bordéus? Não conheço… E foi demitido porquê?

- Desobedeci às ordens que os meus chefes me deram para não intervir numa coisa e como não concordei, castigaram-me.

- Desobedecer aos chefes é grave. Nós obedecemos sempre ao nosso chefe!

- É porque ele é justo. Mas muitos não são. No meu caso foi por causa de um sanguinário, que ainda anda a varrer o vosso país e muitos outros, a ferro e fogo, que decidiu deportar, explorar e deixar morrer pessoas, só por serem judeus, ciganos… As ordens que tive foi para não salvar ninguém, para fazer de contas que não havia nada, para deixar correr…

- Não sei o que é isso de judeus ou ciganos, mas esse tipo só pode ser César e é mania dos romanos escravizarem todos os povos que conquistam. Foi sempre assim e assim sempre vai ser! …

- Não, Hitler é o nome…

- Nunca ouvimos falar.

- Esperem aí, parece que me recordo de vocês, apesar dos disfarces… O homem e a menina que estavam sentados nas escadas à espera de um visto para poderem vir para cá! Estavam na soleira da porta, exaustos, lembro-me bem. Eu não tinha mais papel e fui buscá-lo... É isso, esses disfarces de tranças e bigodes estão óptimos, mas aqui também é preciso toda a cautela! Há por cá uma polícia terrível, que não se ensaia nada de prender, torturar, mesmo matar. E há espiões perigosos… Mas como conseguiram? Fiquei desesperado quando vi os nazis a levarem-vos. Bem corri pela rua com os vossos vistos na mão, gritando que vocês já estavam debaixo da minha autoridade, mas não consegui apanhar aqueles fanáticos que vos arrastavam. Que alegria saber que estão vivos! Tanto chorei por vós, por não ter chegado a tempo, que se me secaram os olhos. Em vós senti a perda de toda a Humanidade. Deus meu, que felicidade...

- Senhor, não estais bem da cabeça, certamente precisais de vos tratar… Não estivemos em lado nenhum desses, nem andámos a fugir de ninguém. Estais à beira da loucura, tendes visões? Se estivéssemos na nossa terra, teríamos uma poção mágica que vos poria como novo. Assim...

- Eu posso ajudar com uns abanões? … - Inquiriu o mais alto.

- Não, claro que não! Senhor, agradecemos a sua hospitalidade e achamos interessantes as vossas histórias, mas estamos aqui à procura de um lusitano de grande heroísmo, a quem chamam Viriato, que luta contra os romanos.

- Todos continuamos a lutar contra os “nossos” romanos, contra aqueles que nos querem reduzir a uma simples peça da engrenagem de uma máquina, por mais poderosa que ela seja. Não sei o que vos fizeram para ficarem assim, como que loucos, penso que foi o Hitler mais a sua maldita guerra…

- Senhor, nós já vos dissemos muitas vezes que não conhecemos Hitler nenhum, nem nunca ouvimos falar dele, até agora. Ouvimos, isso sim, falar de um pastor dos Montes Hermínios que com outros pastores faz a vida negra aos romanos. Também nós, lá na nossa terra, estamos cercados por eles, já dominaram todas as terras e todas as gentes em nosso redor, mas não a nós que continuamos a resistir, com algumas ajudas, é certo, mas não cedemos...

- Eu sei. Hitler já conseguiu os seus aliados dentro do vosso próprio país, como sempre fazem os ditadores. Logo encontram quem lhes preste vassalagem, quem se deixe calcar para poder depois calcar os seus concidadãos…

- Senhor, porque insistis em falar desse tal Hitler, que nós não conhecemos? De uma vez por todas, são os romanos que nos tiranizam, que nos reduzem à escravatura, embora tenha razão num ponto: Houve logo muitos e muitos gauleses que se entregaram nos braços desse tirano, vendendo os seus povos, a troco de algumas mordomias.

- Meus amigos, não sei de onde vindes nem quem sois, acho mesmo que as vossas cabeças não estão lá muito boas. Se calhar apanharam sol a mais na vossa viagem, mas deixem-me dizer-vos que a História vai julgar os romanos e as suas conquistas de modo muito benévolo, como marco de modernidade, ao contrário do que se irá passar com o Hitler.

- Os romanos são loucos! – Fez notar o maior.

- Os nazis também! – Frisou Aristides.

- Temos, então, loucos em todo o lado! – Concluiu o mais pequeno, estendendo a mão papuda ao cachorro que rodopiava à sua volta…

 

 

- Menina Júlia?

- Sim, senhor doutor?

- Diga-me cá uma coisa, por favor: Porque está isto tudo tão desarrumado?

- Senhor doutor, estiveram cá os alunos da Escola de Cabanas de Viriato, em visita de estudo, e mexeram nos livros todos.

- Está bem, Menina Júlia, mas o que é que faz este livro do Asterix metido dentro deste sobre Aristides de Sousa Mendes?...

- Desculpe, senhor doutor, vou já colocar cada um no seu lugar... Prateleira 13…

 

 

                                

OSKAR S*



* Pseudónimo usado por Luís Pessoa                                                                                            



















terça-feira, 19 de outubro de 2021

ARISTIDES DE SOUSA MENDES: O POLICIÁRIO ESTEVE LÁ!

 A TERTÚLIA POLICIÁRIA DA LIBERDADE ORGANIZOU UM CONVÍVIO EM CABANAS DE VIRIATO, HOMENAGEOU O DIPLOMATA E PROTESTOU CONTRA A DEGRADAÇÃO DA SUA CASA.

FOI EM 17 DE MAIO DE 2009.










sexta-feira, 15 de outubro de 2021

TIO PATINHAS

 O confrade O GRÁFICO, de Almada, companheiro de Policiário "made in Mundo de Aventuras" do inevitável SETE DE ESPADAS, que estamos a homenagear este ano, pela passagem do I Centenário do seu nascimento, veio em nosso socorro, recorrendo à sua imensa "colecção" de fotos, recuperando uma em que está presente o TIO PATINHAS, recentemente falecido.

Devíamos aos detectives uma foto capaz do confrade falecido e ela aqui fica, graças a O GRÁFICO, a quem agradecemos:


TIO PATINHAS (à direita) com O GRÁFICO