quarta-feira, 24 de março de 2021

POLICIÁRIO DE 18 DE MARÇO

 


TORNEIO DO CENTENÁRIO DO SETE DE ESPADAS



PROVA N.º 2-C

O FALSO SUICÍDIO - FOTOPROBLEMA

ORIGINAL DE: PAULO


Como lhe dizia, senhor inspetor, o António chamou-me a casa dele. Mandou-me sentar e, sentado na sua secretária, disse-me que ia fazer um documento em que confirmava que me devia cem mil euros. Eu disse-lhe que não precisava, que confiava nele.

O António não ligou ao que eu disse. Estava em frente ao portátil, mas não o usou, colocou uma folha branca na secretária e começou a escrever. Até foi rápido. Depois disse, já está. Pousou a caneta, abriu uma gaveta da secretária e só o vi de arma na mão a encostar o cano à cabeça e disparar.

Arlindo Salcedo lembrava as declarações da testemunha, Jorge Gomes, e o corpo da vítima tombado no chão. Um orifício na têmpora direita. A pistola caída, não muito longe da mão. Uma cápsula no chão do escritório.

Na mão de Arlindo Salcedo havia dois documentos: uma fotografia da secretária e uma folha com um texto onde António Reboredo assumia uma dívida de cem mil euros a Jorge Gomes, assinada pelo primeiro. Na folha, a mesma que a fotografia registara em cima da mesa, podia ler-se, “Eu, António Miguel Sousa Reboredo, afirmo dever cem mil euros (100 000) a Jorge Rui de Almeida Gomes, que me foram emprestados para eu realizar o negócio da Quinta Velha.  26 de Dezembro de 2020”. Seguia-se a assinatura da vítima.

Ainda no local onde ocorrera a morte de Arlindo Salcedo não duvidou que precisava de efetuar umas perícias nas mãos da testemunha e da vítima para confirmar que se estava perante um homicídio perpetrado por Jorge Gomes.

Leia o problema, observe a fotografia da secretária e indique por que é que Arlindo Salcedo desconfiou de Jorge Gomes.


E pronto.

Aqui fica mais um problema vindo de Viseu, de autoria do confrade Paulo e que nos traz uma nova modalidade: Fotoproblema.

Significa isso que a foto apresentada pode e deve ser usada como prova e, mais do que isso, encerra em si a solução do desafio, devendo os detectives, de forma sucinta, explicarem o que despertou a suspeita, impreterivelmente até ao dia 31 do corrente mês de Março, para lumagopessoa@gmail.com ou, caso optem pela via postal, Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS.

Boas deduções e observações!

TERTÚLIAS E CONVÍVOS POLICIÁRIOS

 

MEMÓRIAS

 

Uma das principais vertentes em que o Sete de Espadas sempre apoiava a sua acção, enquanto divulgador do Policiário, era a questão do relacionamento dos policiaristas de todo o país, privilegiando a constituição de tertúlias, locais onde os detectives de uma certa zona se reuniam e discutiam os problemas e outros assuntos policiários.

Na fase seguinte, cada tertúlia promovia e organizava os convívios policiários nas respectivas zonas, recebendo os confrades de todo o país, que pudessem e quisessem comparecer.

O primeiro convívio ocorreu em 1955, em Ponte de Sor e mereceu ao Sete de Espadas uma reportagem que publicou em 1976 no Mundo de Aventuras, com o título “Nós Fomos a Ponte de Sor!” e que começava “Pela primeira vez, dentro da nossa Grande Família do Policiário e em Portugal, foi realizada uma visita de camaradagem e amizade aos núcleos da Província.”

Com o ressurgir do Policiário no Mundo de Aventuras, em Março de 1975, pouco depois da restauração da democracia, o “boom” ocorrido espalhou a constituição das tertúlias e passou a haver convívios todos os meses, de norte a sul do país, a que se seguiu uma pequena quebra, originada pela enorme oferta a que a juventude teve, finalmente, acesso.

Em 1980, o Diário de Lisboa publicava uma reportagem sobre o “segundo fôlego das tertúlias policiárias” e falava do convívio de Vila Nova de Famalicão, numa altura em que o Minho e o Norte do país marcavam enorme presença.

Alguns locais eram já icónicos e os convívios marcava-se de um ano para o outro e, em cada um deles, contava-se um ano de histórias!

Um dos mais desejados e frequentados, era o Convívio de Almada, organizado pela respectiva tertúlia e que reunia muitos dos confrades do sul do país, também graças à secção policiária que o confrade “O Gráfico” orientou durante muitos anos, no Jornal de Almada. A foto que escolhemos é uma das poucas em que o Sete de Espadas aparece e foi recolhida no convívio de 1983.



Nela, vamos encontrar, da esquerda para a direita, o Alva, do Laranjeiro; a Lebasi, de Lisboa; o Sete de Espadas; o O Gráfico e, em primeiro plano, a Pal, de Algés, uma figura sempre presente em quase todos os convívios.

A mesma Pal que vamos encontrar, no ano seguinte, em conjunto com o Durandal e o Carlos Estegano, na génese de uma tertúlia policiária que teve actividade relevante e se apresentou ao “Mundo Policiário”, na pessoa do Sete de Espadas, a quem dirigiu o seu “manifesto”, de forma original:




SOLUÇÕES E CLASSIFICAÇÕES

 Na próxima semana, serão publicadas as soluções dos três desafios da prova n.º 1 do Torneio do Centenário do Sete de Espadas.

Nesse mesmo dia, estarão disponíveis as pontuações obtidas pelos detectives, no blogue SÁBADO POLICIÁRIO, em sabadopoliciario.blogspot.com.

 


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