TORNEIO SÁBADO-POLICIÁRIO 2020
PROVA N.º 7 – PARTE II
O SOBRINHO DO INSPECTOR FIDALGO
Era um dia como outro qualquer, com
sol e calor, mas, para o Inspector Fidalgo, havia alguma coisa de diferente no
ar. Era o grande dia do seu sobrinho, um rapagão de quase dois metros de
altura, que jogava aí mesmo… Nas alturas! Naquela terra pequena, o clube de
basquetebol era uma espécie de instituição, fazendo convergir ao pavilhão
verdadeiras multidões, tendo em consideração, naturalmente, a dimensão da
terra.
E era o grande dia porque o jogo que
iam disputar teria honras de transmissão pela televisão, em directo! Daí a
grande azáfama e o grande nervoso que a todos atacava, desde aos jogadores aos
técnicos e público em geral. O puto, sobrinho do inspector, era dos
principais influenciados, negativamente, claro, e era mais do que usual falhar
rotundamente nos momentos mais cruciais de cada jogo ou competição. No fundo,
talvez ninguém acreditasse nele como jogador de futuro, ainda que todos lhe
reconhecessem valor de sobra para estar num bom clube… A cabeça…
À frente da televisão, o Inspector
Fidalgo ia delirando com os principais lances e, embora achasse que o sobrinho
não estava brilhante, longe disso, a verdade é que também não estava desastrado
de todo!
Mas a carga psicológica foi fazendo
das suas e, pouco a pouco, a sua equipa estava a perder o avanço que fora
angariando. E foi quase sem surpresa para ninguém que, a cinco segundos do
final, a equipa do seu sobrinho perdia por três pontos, tornando quase
impossível a recuperação.
Cinco segundos para terminar, o
sobrinho com a bola nas mãos e… Um enorme estrondo desvia a atenção do
inspector do seu receptor, correndo em direcção à janela, a tempo de observar
que um tipo qualquer está a tentar assaltar uma senhora, tendo disparado para o
ar, na tentativa de assustar as pessoas que se juntaram…
O inspector sabe como agir nestas
circunstâncias e uma meia hora depois tudo estava arrumado e resolvido, com o
meliante preso e o conflito sanado… Mas o Inspector Fidalgo ficou sem o fim do
jogo, mais do que previsivelmente ganho pelos adversários do seu sobrinho.
Foi então que o telefone soou e, do
outro lado, uma voz eufórica anunciava o impossível…
– Ganhámos, tio… Viu o jogo? Viu bem
a minha jogada final…
– Não pude ver, rapaz, estive
ocupado… Conta lá o que aconteceu nos cinco segundos finais, que foi o que não
consegui ver…
– Ora, tio, foram todos meus… Ninguém
pôs a mão na bola, nem da minha equipa nem dos outros, apenas houve um jogador
a tocar na bola: EU! Estás a ouvir, tio, foi a minha noite!...
– A quantos pontos estavam do
adversário?
– Estávamos a três pontos deles e sem
que mais ninguém tocasse na bola, estás a ouvir, sem que mais nenhum jogador
pusesse um só dedo na bola… Este menino, zás, virou o resultado e ganhámos por
um ponto!...
– Mas… Estás a brincar comigo… Como é
que podias fazer…
– Desculpa, tio, mas não posso estar
com mais explicações; telefonei-te porque sempre me deste o teu apoio, mesmo
quando eu falhava totalmente… Agora, neste momento de euforia, vou sair com a
Sandrinha… Sabes, a moça de quem sempre gostei e que não me passava cartão… Não
há dúvidas, triunfar é meio caminho para outras vitórias… Estás a entender…
Adeus tio…
O inspector estava siderado… O puto
estava, certamente a “pintar”, mas para quê? Para enganar quem?
A – O puto “pintou” a história ao
saber que o tio não vira o jogo até ao fim, porque a jogada que afirma ter
executado não era possível.
B – Pode ter executado a jogada, mas
nunca somaria os pontos suficientes para ganhar a partida.
C – Pode ter executado a jogada e
ganho o jogo, porque isso era possível e viável.
D – Mentiu descaradamente, porque em
cinco segundo não se pode anular três pontos de diferença, ganhando a partida
sem prolongamento, sem que a bola passe pelo menos pelas mãos de um adversário.
E pronto.
Neste mês tradicionalmente destinado
a férias na praia ou no campo, resta aos nossos detectives retirarem algum tempo
ao seu lazer e indicarem a alínea que entendam ser a que responde ao enigma,
impreterivelmente até ao próximo dia 31 de Agosto, para lumagopessoa@gmail.com ou, optando pela via postal, Luís
Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS.
Boas deduções!
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