TORNEIO SÁBADO
POLICIÁRIO 2020
PROVA N.º 8 - PARTE II
O INSPECTOR FIDALGO
NA PRAIA
Decorria o ano de 1990, o Verão espreitava no
calendário e em Lisboa festejava-se o dia da cidade, com romarias, arcos e
balões, desfiles e sardinha assada.
Quem não entrava nesses festejos aproveitava o dia
ensolarado para um salto à praia, nos areais ainda mais ou menos limpos da
Costa da Caparica. Era o que acontecia com o inspector Fidalgo, pouco dado
a folguedos, ainda que não desprezasse, de quando em vez, uma boa farra ou
petisco bem regado…
Depois de um bom mergulho e alguns minutos de natação,
a sua atenção foi atraída por uma violenta discussão em pleno areal, entre
um cabo-de-mar e um vendedor de bebidas, gelados e afins.
Saído da água, o seu espírito científico, curioso,
impeliu-o para o centro das atenções, tendo oportunidade de ouvir:
Cabo: “Eu já lhe disse que não admito que venda neste
local. Para isso tem de ter uma licença especial concedida pela Capitania,
porque tudo quanto é areal pertence à Capitania regular e fiscalizar. Mais
nada!”
Vendedor: “Mas eu tenho licença! Tirei-a na semana
passada, como pode ver. Olhe aqui!... Claro que não é passada pela Capitania,
mas pode ver que não um bandido nem um clandestino…”
Cabo: “Essa licença está passada pela Câmara
Municipal… Tudo bem com eles, mas eu tenho ordens de só deixar vender quem
estiver autorizado pela Capitania. Se está bem ou não, isso não sei dizer…”
Vendedor: “Ora abóbora! Vai um gajo à Câmara, gasta
dinheiro para comprar este papel selado, paga emolumentos e taxas e mais eu sei
lá o quê, para eles aqui porem, preto, pretinho, que eu, fulano de tal, estou
autorizado a vender no areal da Caparica… Vejam, vejam bem… – e exibia uma
folha de papel selado, autenticada pela Câmara Municipal, datada de 6 de Junho,
que lhe dava autorização para vender no areal, sem limitações, os produtos que
ele estava vendendo. – Como é que é? Ó sr. Cabo, eu não sou nenhum
meliante, tento trabalhar honradamente e o senhor está a dar-me cabo da vida.
Por favor, prometo que amanhã mesmo vou à Capitania pedir mais essa
autorização… Prometo…”
Cabo: (perante as manifestações hostis dos presentes,
que iam gritando que ele estava a impedir o pobre homem de vender honradamente
e que se calhar queria era que o desgraçado fosse roubar…) “Está bem, está bem,
mas eu estou de olho em si… Se o volto a ver aqui sem estar autorizado, garanto
que não fica assim… Por esta passa, mas tem de agradecer a estas pessoas, que
senão…”
O inspector esperou que todos fossem dispersando e dirigiu-se
ao cabo do mar: “Sr. Cabo, não sei se é mesmo obrigatória essa licença ou
se estava só a ameaçar o homem, mas acho que fez mal em deixá-lo ir embora
assim, sem mais nem menos, porque…”
A – O documento que o homem mostrou era falso.
B – O documento podia ser verdadeiro, mas não com
aquela data.
C – O documento tinha de ser falso e não podia ter
aquela data.
D – O documento podia
ser verdadeiro, mas o agente não pediu a identificação do homem, pelo que podia
ser de outra pessoa.
E pronto.
Apresentado o caso,
que como se verifica não encerra qualquer questão de violência ou morte,
contrariando todos aqueles que pretendem denegrir o nosso passatempo, acusando-o
de incentivador do crime, da violência, quando afinal apenas traduz aquilo que
se passa na vida real e que não podemos ignorar, chegou o momento dos nossos
detectives indicarem qual a alínea que responde ao problema, enviando a
proposta de solução, impreterivelmente até ao próximo dia 30 de Setembro para lumagopessoa@gmail.com, ou optando pela
via postal, Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS.
Boas deduções!
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