segunda-feira, 30 de março de 2020

PROVA N.º 2 - PARTE I



O INSPECTOR FIDALGO E A MORTE DO ADVOGADO

[Problema de homenagem ao confrade A. RAPOSO, falecido no dia 21 do passado mês de Fevereiro, depois de uma vida de Policiário, desde os tempos do Clube de Literatura Policial e primórdios do nosso passatempo. Um dos mais brilhantes detectives do nosso Policiário e advogado de profissão]

Quando chegou ao local, o Inspector Fidalgo cumprimentou o seu amigo de longa data Raposo, que o esperava após o telefonema urgente que lhe fez.
- Então, amigo Raposo, diga-me lá o que se passa de tão urgente!
- Obrigado por vir logo, Fidalgo, mas é que tinha uma reunião marcada com um colega meu, o Albino, por causa de um processo em que ambos estamos como advogados, mas assim que cheguei, a porta do escritório estava aberta e dei com ele morto!
- Ora, Raposo, você é um detective amador de grande nível, anda pelo Policiário há mais anos do que eu tenho de vida, claro que já tem ideias, não?
- Ó Fidalgo, ideias tenho, mas não quis chamar a polícia assim, sem lhe dar uma palavra, sem a sua visão profissional! Ainda não chegou mais ninguém, não há mais entradas ou saídas do edifício, portanto está tudo exactamente como eu encontrei…
- Vamos ver!
O escritório era pequeno, mais ou menos quadrado, com uma ampla janela frente à porta de entrada. Do lado direito, estava uma secretária, na frente da qual havia duas cadeiras, certamente para as visitas. Encostada à parede, atrás da secretária, um cadeirão, onde se sentaria o advogado Albino. Na outra parede, abria-se uma porta que dava acesso a uma casa de banho interior, minúscula e, de ambos os lados, havia estantes cheias de livros e fotos de família.
O Albino estava deitado de bruços no chão, com a cabeça na direcção da janela e os pés a pouca distância da porta de entrada. Junto da sua mão esquerda, estava uma pistola de pequeno calibre, uma 6,35 mm e na têmpora do mesmo lado, era visível um orifício no centro de uma rosácea de pele queimada…
- É óbvio que o disparo foi com o cano encostado ou muito perto, certo Fidalgo?
- Sim, claro! Parece um suicídio… Esse processo é coisa forte?
- Não, nada de especial, uma porcaria de seguros, coisa sem importância…
Numa das estantes, Fidalgo notou uma fotografia em que se via o Albino em posição de tiro, segurando uma pistola idêntica à que ali estava…
- A arma é dele?
- Acho que sim, o Albino tinha uma e gostava de gabar os seus dotes de atirador exímio. Como advogado podia ter licença e sempre a teve. Olhe só para a pose dele!
- Sim, perfeita, com as pernas afastadas, pistola bem segura na mão direita, à altura dos olhos… Sim senhor, um atirador… Ó Raposo, vamos vasculhar cada canto deste escritório, sabe o que temos de procurar, não é verdade?
- Absolutamente, Fidalgo!
Passados alguns minutos de intensa e pormenorizada busca, sem nada encontrarem de significativo, ambos reconheceram que haviam ali coisas que não jogavam entre si.
- Bem, Raposo, de qualquer maneira já temos umas tantas ideias…
As perguntas que o Inspector quer ver respondidas e justificadas, são:
- Houve crime, suicídio ou acidente?
- De que indício andaram à procura?

E pronto.
Lançados todos os dados, com as habituais recomendações de leitura atenta, nunca perdendo de vista que devem mencionar e justificar todos os indícios que contribuam para as conclusões e não apenas um ou dois, até ao próximo dia 7 de Abril, poderão os detectives enviarem as propostas de solução para o endereço de email lumagopessoa@gmail.com ou, caso optem pelo serviço postal, Luis Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS.
Boas deduções!



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