O
INSPECTOR FIDALGO E A MORTE DO ADVOGADO
[Problema de homenagem ao
confrade A. RAPOSO, falecido no dia 21 do passado mês de Fevereiro, depois de
uma vida de Policiário, desde os tempos do Clube de Literatura Policial e
primórdios do nosso passatempo. Um dos mais brilhantes detectives do nosso
Policiário e advogado de profissão]
Quando
chegou ao local, o Inspector Fidalgo cumprimentou o seu amigo de longa data
Raposo, que o esperava após o telefonema urgente que lhe fez.
-
Então, amigo Raposo, diga-me lá o que se passa de tão urgente!
-
Obrigado por vir logo, Fidalgo, mas é que tinha uma reunião marcada com um
colega meu, o Albino, por causa de um processo em que ambos estamos como
advogados, mas assim que cheguei, a porta do escritório estava aberta e dei com
ele morto!
-
Ora, Raposo, você é um detective amador de grande nível, anda pelo Policiário
há mais anos do que eu tenho de vida, claro que já tem ideias, não?
-
Ó Fidalgo, ideias tenho, mas não quis chamar a polícia assim, sem lhe dar uma
palavra, sem a sua visão profissional! Ainda não chegou mais ninguém, não há mais
entradas ou saídas do edifício, portanto está tudo exactamente como eu
encontrei…
-
Vamos ver!
O
escritório era pequeno, mais ou menos quadrado, com uma ampla janela frente à
porta de entrada. Do lado direito, estava uma secretária, na frente da qual havia
duas cadeiras, certamente para as visitas. Encostada à parede, atrás da
secretária, um cadeirão, onde se sentaria o advogado Albino. Na outra parede,
abria-se uma porta que dava acesso a uma casa de banho interior, minúscula e,
de ambos os lados, havia estantes cheias de livros e fotos de família.
O
Albino estava deitado de bruços no chão, com a cabeça na direcção da janela e
os pés a pouca distância da porta de entrada. Junto da sua mão esquerda, estava
uma pistola de pequeno calibre, uma 6,35 mm e na têmpora do mesmo lado, era
visível um orifício no centro de uma rosácea de pele queimada…
-
É óbvio que o disparo foi com o cano encostado ou muito perto, certo Fidalgo?
-
Sim, claro! Parece um suicídio… Esse processo é coisa forte?
-
Não, nada de especial, uma porcaria de seguros, coisa sem importância…
Numa
das estantes, Fidalgo notou uma fotografia em que se via o Albino em posição de
tiro, segurando uma pistola idêntica à que ali estava…
-
A arma é dele?
-
Acho que sim, o Albino tinha uma e gostava de gabar os seus dotes de atirador
exímio. Como advogado podia ter licença e sempre a teve. Olhe só para a pose
dele!
-
Sim, perfeita, com as pernas afastadas, pistola bem segura na mão direita, à
altura dos olhos… Sim senhor, um atirador… Ó Raposo, vamos vasculhar cada canto
deste escritório, sabe o que temos de procurar, não é verdade?
-
Absolutamente, Fidalgo!
Passados
alguns minutos de intensa e pormenorizada busca, sem nada encontrarem de
significativo, ambos reconheceram que haviam ali coisas que não jogavam entre
si.
-
Bem, Raposo, de qualquer maneira já temos umas tantas ideias…
As
perguntas que o Inspector quer ver respondidas e justificadas, são:
-
Houve crime, suicídio ou acidente?
-
De que indício andaram à procura?
E
pronto.
Lançados
todos os dados, com as habituais recomendações de leitura atenta, nunca
perdendo de vista que devem mencionar e justificar todos os indícios que
contribuam para as conclusões e não apenas um ou dois, até ao próximo dia 7 de Abril, poderão os detectives enviarem as propostas de solução para o endereço
de email lumagopessoa@gmail.com
ou, caso optem pelo serviço postal, Luis Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109
MARINHAIS.
Boas
deduções!
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